A sustentabilidade é claramente uma questão cada vez mais importante para os designers e para as pessoas para quem trabalham. Os designers não só são responsáveis (ou pelo menos cúmplices) pela criação de demasiado desperdício, como o seu trabalho também é instrumental ao ajudar o movimento de sustentabilidade a representar-se de formas que estão mais ligadas às preocupações do consumidor contemporâneo.
(…) Estatísticas preocupantes mostram que as tintas de impressão e os tóneres são as segundas maiores utilizações do carbono preto, uma substância fabricada principalmente pela combustão incompleta do petróleo; e a indústria de pasta e papel é o terceiro maior consumidor de combustíveis fósseis de todo o mundo, e uma das maiores geradoras de poluentes atmosféricos e da água, de desperdícios e gases que provocam alterações climáticas. (…) Os materiais que são utilizados indevidamente no design gráfico não se confinam ao mundo da impressão. O desperdício electrónico, por exemplo, é um subproduto preocupante da indústria.
(…) Contudo, focar boas intenções nos materiais utilizados e destruídos pela indústria de design – coisas como papel, tintas, plásticos e computadores – é apenas uma abordagem ao design sustentável. Uma forma alternativa de pensar em sustentabilidade, para além da escolha dos materiais, é pensar nela em termos de energia – tanto na do designer como na do cliente. (...) Todas as peças de design contém energia incorporada – o tempo, a paixão e o talento utilizados na sua execução.
(...) Fazer menos e melhor design é a primeira meta da nova geração de designers interessados na sustentabilidade. O seu objectivo é criar soluções tão adequadas, tão infinitamente modulares e avançadas, que reduzam as necessidades do cliente em manter as coisas redesenhadas. Isto coloca grande ênfase em fazer sistemas que sejam abertos à mudança e possam ser facilmente actualizados – por qualquer pessoa.
Do livro "Para que serve o Design Gráfico?" de Alice Twemlow
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