quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Jane e Louise Wilson expõe no CAM




Tempo Suspenso é a maior mostra individual alguma vez apresentada pelas artistas britânicas Jane e Louise Wilson e que vai ocupar cerca de 1000m2 do Centro de Arte Moderna (CAM) a partir de 22 de Janeiro até 18 de Abril.

A abertura da exposição ao público será antecedida por uma visita guiada para a comunicação social com a presença das artistas e da curadora Isabel Carlos, no dia 21 de Janeiro, quinta-feira, às 11h. A inauguração terá lugar nesse mesmo dia, às 18h.

Comissariada por Isabel Carlos, a exposição parte da primeira obra em vídeo das artistas, Hypnotic Suggestion 505, de 1993, até à mais recente, Songs for my mother de 2009. Para além dessas duas obras emblemáticas serão exibidos filmes, fotografias e algumas obras inéditas, como uma série de cinco esculturas produzidas especificamente para o espaço do CAM e que jogam com a arquitectura do edifício: réguas que medem e pontuam os vários espaços expositivos e uma escultura suspensa inspirada em Rodchenko.

O primeiro vídeo é baseado numa ideia de Jean Cocteau sobre o efeito hipnótico que o cinema pode provocar nas massas. Projectado num único ecrã (a partir de 1997 passam a usar múltiplos ecrãs, e imagens projectadas lado a lado), as artistas abdicam da sua consciência e tornam-se objectos voyeurísticos para o público.

As instalações correspondentes aos últimos cinco anos envolvem o observador determinando igualmente uma forte presença arquitectónica nos espaços. É o caso das obras apresentadas Spiteful of Dream, de 2008, criado em Derby, que produz uma sequência caleidoscópica a partir do movimento de uma enorme turbina, ou da obra Unfolding the Aryan Papers (2009), com stills do arquivo de Stanley Kubrick referente a uma longa-metragem nunca concretizada sobre o Holocausto.

A mostra inclui ainda uma série de fotografias, a preto e branco e em larga escala, dos bunkers da II Guerra Mundial, que serviram como extenso sistema de fortificações na costa da Normandia, comportando as marcas da guerra e a memória do conflito, e a disfuncionalidade no tempo presente que as configura como ruínas modernas.

Centrada na memória histórica, a obra das gémeas Wilson recupera lugares vazios, áreas evacuadas sem comando, ou espaços perdidos e abandonados, numa viagem que tem tanto de tempo psicológico como de arqueologia de lugares e vivências, transportando-nos para um tempo suspenso. Trata-se de um tempo suspenso entre épocas, a Segunda Guerra Mundial e a actualidade; suspenso entre narrativas, da cinematográfica à quotidiana; suspenso entre referências artísticas, de Rodchenko a Kubrick.

O catálogo da exposição em português e inglês, ilustrado com as obras expostas, apresentará textos de Isabel Carlos e Mark Cousins.

Nomeadas para o Turner Prize em 1999, as gémeas Wilson, nascidas em 1967, trabalham e expõem juntas desde o início das suas carreiras, fazendo parte da geração dos Young British Artists.

Fonte: site da Gulbenkian

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